A morte, ordem natural da vida, quando chega para pessoas próximas ou alguém a quem amamos tem ceifada a vida, acaba por colocar em xeque a nossa própria vida, não no sentido ameaçador de morte, mas sim no sentido de ficarmos perdidos no mundo, sem saber se estamos vivendo o que deveríamos, se estamos realmente cumprindo a nossa missão ou se estamos desperdiçando os momentos preciosos que a vida nos proporciona...
A perda de minha tia, uma segunda mãe, mexeu muito com meu íntimo... Dela tenho muitas lembranças, maior parte maravilhosas e notei que tanto um dos filhos, como muitos que foram se despedir dela, tem lembranças excepcionais, afinal com todos os defeitos, (quem não os tem?) ela deixou lembranças espetaculares em muitas vidas, verdadeiras marcas que serão eternizadas em forma de alegria, de recordações vivazes, de alguém que nunca teve muito e nem precisou mesmo de muito, tinha a sua própria luz, sua alegria de viver, suas fantasias e realidades, fatores estes que fizeram a alegria de muitas pessoas, amigos, familiares, pessoas que conviveram com ela, seja no trabalho, na vizinhança, na SPAM, onde morou e fez belíssimo trabalho junto aos velhinhos que necessitavam tanto de carinho e atenção... Nas clínicas onde morou foi querida por todos, sei que cada um que passou pela vida dela tem uma lembrança bonita e muito alegre... Pois ela era a vida materializada... A alegria, a vontade de viver mais um dia e encher os outros de carinhos e sorrisos...
Ao fechar meus olhos, ouço o som da voz dela, da risada contagiante, da voz que me transmitia tanto amor....
Com esta perda, minha vida mais uma vez foi posta em xeque.... Será que eu estou vivendo de maneira correta? Será que estou cumprindo meu papel junto aos outros? E junto a mim mesma? Será que estou? Será que o caminho que eu escolhi está dando frutos para a humanidade? Será que eu mesma partiria hoje e ao olhar para cá veria um rastro de beleza, utilidade, alegria ou seria tudo isto uma ilusão?
Chegou mais um daqueles momentos tão meus de pausar tudo e refletir sobre minha própria existência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário