terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tristeza Profunda

Hoje vim até aqui dividir comigo mesma e quem sabe com outras pessoas sensíveis que estejam se sentindo assim tão desvalorizadas e tristes...

Sabe, eu tinha vergonha sempre de muita coisa, vivia me escondendo por achar que tudo o que eu fazia era ruim, ou não era certo... O tempo foi passando e eu me tornei uma adulta cheia de nós por não conseguir viver libertamente.

Há alguns anos atrás conhecí uma pessoa radiante, que não tinha vergonha de nada, que se vestia como estava a fim, se comportava da maneira que a fizesse melhor, que amava da maneira que o coração dela pedia e não como a sociedade exigia...

Me espelhei naquele exemplo de pessoa, pensei, pôxa, faço sempre pelas pessoas tudo que posso, sou sensível, humanitária, faço a caridade a quem quer que seja, mas o que eu realmente estou fazendo por mim?

Foi aí então que mandei literalmente tudo às favas... Seguí com minha sensibilidade, humanidade, caridade é claro, mas desistí de tentar agradar aos outros para então agradar a mim, não deixar que o meu restante de vida fosse assim tão amargo no meu íntimo...

E com certeza comecei a ser feliz de verdade, saía na rua da maneira que me achasse melhor, encontrei amigos especiais, com  um jeito super peculiar, mas maravilhosos e comecei então a viver livremente por mim!!!

Hoje, quem me ensinou a ter esta postura liberta diante da vida, a deixou de ter... Passou  a se envergonhar das coisas, não de tudo, mas de coisas importantes...

E creio que quando é necessário que a gente esconda algo para não ser prejudicado por nossa sociedade ultrapassada, pelo menos não deveríamos exaltar outras coisas para superar aquilo que se necesita esconder...

Assim, ontem fui chamada por quem um dia me serviu de espelho, de "sem noção" e isto magoou profundamente meu ser... Fez uma ferida tão profunda que nem sei se um dia irá curar... Mas de uma coisa eu tenho certeza, esta pessoa se não  resolver se dar conta que ela que está "sem noção" vai ter que tomar o rumo e ir conviver com pessoas que acreditem nas noções sem cabimento que ela aprendeu sabe-se lá com quem!!!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A culpa é uma crença limitante

A culpa foi algo tão presente na minha vida que eu estava acostumada e acreditando que era normal me sentir culpada por não conseguir fazer a felicidade de alguém, por uma pessoa não ter feito as escolhas certas para que sua vida fosse melhor... Culpa por decidir ser feliz e deixar para trás vivências e pessoas... Mas foi trabalhando muito a minha mente que me dei conta de que a culpa não deixa de ser uma crença limitante que nos foi imposta há séculos de maneira a manipular e nos manter presos aos padrões arcaicos, onde tínhamos que carregar no colo pessoas as quais imaginávamos que éramos obrigados a amar, onde na verdade, deveríamos sim respeitar, ser solidário, mas não se deixar de lado para viver em culpa...

Cada pessoa tem que trilhar seu caminho sózinha, de modo a sentir-se bem, também darem-se conta que amar não significa acorrentar mentalmente. Não podemos ficar culpando a tudo e todos por nossas escolhas e assim nos sentirmos mais leves, pois daqui deste mundo vamos sózinhos, na hora da prestação de contas não iremos ter em quem colocar a culpa do que não fizemos ou fizemos errado.

Vejo filhos carregando pais nos colo deixando de construir a sua própria vida, esquecendo-se que se eles escolheram o caminho errado a culpa não é deles... Cada um trilha o caminho que quer, se não soube conquistar, se não sabe manter pessoas por perto, não tem o direito de manipular um filho usando a culpa como instrumento de tortura...

Se este vivente não se der conta enquanto é tempo, vai acabar deixando de viver, de construir o futuro e será um ninguém como aquele que necessita acorrentar almas usando a tortura mental da culpa.

Quem não luta por si, para desprender-se de suas crenças, acaba tornando-se um fardo para os outros, repetindo a mesma manipulação que sofreu...

Vamos nos livrar da crença da CULPA.... Nós não somos culpados de nada, apenas responsáveis por nossas escolhas!!!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Aconteceu em um tempo de sala de bate papo sadia...

Nomes fictícios para preservar identidades...

Há uns anos atrás,creio que dez para ser mais precisa, as salas de bate papo eram sadias, talvez por quem fizesse uso dela, fossem adultos e pessoas solitárias que lá buscavam um pouco de divertimento.

Nestas salas haviam bailinhos virtuais, conversas formais e informais, usavam nicks para não serem descobertos, mas acabavam se dando de cara com vizinhos que tinham a mesma intenção... Então fechavam uma sala, e lá cada um era sua própria identidade, e assim conheciam um pouco do mundo solitário e real de cada um.

Destas salas saíram namoros, casamentos formais e informais, era a oportunidade de conviver com a diversidade que o nosso dia a dia não permitia, pois a convivência que tínhamos era com pessoas de nosso trabalho, família, estudo, portanto tudo limitado a um certo tipo de vivência e com estes novos amigos compartilhávamos experiências surreais que jamais nos seriam permitidas afinal vivíamos apenas nosso mundinho particular.

Pois bem , foi nestas salas que amizades se tornaram inseperáveis, namoricos e namoros sérios, como já falei casamentos formais e informais... E de um casamento informal lembro muito bem, até porque conviví com estas pessoas... Uma guria que pouco conhecia da vida, tímida e com pouca vivência , vamos chamá-la Ísis, encontrou-se com um rapaz  cheio de vida que se intitulava Pastor Lulu, um cara de bem com a vida, onde nada mesmo tirava o bom humor, sempre, mesmo quando a vida virava as costas, achava um motivo para ser feliz!! Na sala ele era diversão pura!!


Eis que ele e Ísis começaram a bater papo no telefone e ela foi descobrindo a alegria de viver e não ter vergonha de quem era... Saía pela rua espalhando sorrisos e sempre uma palavra de conforto. Ísis era super humana, não se conformava com as injustiças do mundo e Pastor Lulu não deixava por menos, queria ver a alegria em cada rosto e eu encantava-me com isto... Queria conseguir um dia ser um pouco, pelo menos, assim liberta como ela... Eu sempre viví num mundinho a parte... Só meu, onde me sentia segura...

Portanto, Ísis e Pastor Lulu viveram um casamento informal muito intenso, fizeram o bem para muitas pessoas e compartilharam entre eles vivências diferentes que os tornaram o que são hoje. Apesar de incompreendidos lutaram pelo tempo que deveriam para mostrar ao mundo ao que vieram...

Um dia Ísis e Pastor Lulu se separaram, era chegada a hora, mas jamais deixaram de lembrar um do outro e carregar consigo a lição que aprenderam nesta convivência. (já não convivo mais com ela... Não sei como estão, mas era o que se esperava deles, pois pelo que recordo, tudo foi muito tranquilo, o começo e o término... Sabe quando uma lâmpada queima? Pelos relatos imagino assim...)

Hoje a internet está devassa, já não mais existem histórias como a deles, como a de Anne e O'Dell, Mulher gato e Dinho...  O Zen que não sabia com quem ficar... Sempre na retranca, meio na dele... Assim como eu... Aliás, tínhamos muito em comum... Nosso mundo era só nosso!!!  Mas com certeza cada um deles fez a diferença!!!

(Obs: Conviví com estas pessoas, conheci no real a maioria do povo que frequentava a sala de Pelotas do UOL, foi muito bom, ganhei experiências mas já há tempos não tenho contato com nenhuma delas... Mas até isto faz parte da nossa existência...)


domingo, 9 de outubro de 2011

O equívovo das redes sociais

Hoje a maioria das pessoas participa de redes socias... Não sou contra, pelo contrário, afinal, faço parte de várias delas, mas noto que há um grande equívoco... Na verdade elas deveriam ser melhor usadas, sei que os adolescentes a usam de maneira a fazer amizades, trocar informações sobre baladas, coisas fúteis, mas isto faz parte, desde que com consciência e responsabilidade.

Mas e os adultos? O que eles estão fazendo com as redes sociais? Para mim elas suprem a sede de conhecimento, consigo compartilhar conhecimentos com pessoas que não conheço, mas que tem muito a me ensinar e quem sabe eu a eles, mas é degradante abrir a página de uma rede social e se dar de cara com adultos agindo de forma tão fútil... Parece que não estamos muito preparados para a era cibernética.

Hoje mesmo me deparei no facebook com perfis usando fotos de desenho animado, dizendo ser uma homenagem às crianças  e esclarecendo que sabiam que isto não resolveria o problema delas, mas que demonstraria que se importavam... Mas por favor, colocar no perfil um desenho animado não muda nada na fome e nem na educação das crianças gente!! Vamos abrir nossos olhos e se quisermos mesmo fazer a diferença, não é só colocar a foto de um desenho animado, é sim se engajar em uma ong em prol das crianças, procurar educar nossos meninos e meninas, procurar fazer com que de alguma forma eles se interessem por cultura, por estudo, por educação!!!

Tenho visto crianças de quinta série que sabem tudo sobre as redes sociais, mas que não sabem a tabuada... Crianças que não tem o que comer e por isto deixam as escolas para trabalhar e ajudar suas famílias, precisamos fazer esta diferença e não só nos acharmos melhores  porque demonstramos que nos preocupamos com elas fazendo uma homenagem!!!

Uma homenagem sim é louvável, mas só ela não fará diferença alguma!!!


E além do mais parece que estes facebookianos, esqueceram o real motivo da homenagem do dia 12 de Outubro... Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil... Seria o momento de homenageá-la fazendo a diferença para um mundo melhor!!!

Uma história real que se repete todo dia...

Há alguns anos atrás conhecí uma pessoa e para poder falar nela,preciso com certeza preservar sua identidade, portanto a chamarei de "Julie"...
Então, quando conhecí Julie, eu estava vivendo um momento crucial, um isolamento social total, nem mesmo convivia com minha família, pois equivocadamente eu acreditava que eles não davam para mim a devida importância, que tanto fazia o que eu estava sentindo, quando na verdade eu é que havia me afastado... Estava aborrecida por ter sido tão cuidada na adolescência, acreditava que isto me sufocava... Ledo engano, e só fui descobrir isso após conhecer Julie...
Numa noite eu e Julie conversavamos muito sobre nossas vidas...Foi aí que ela me falou intimamente sobre sua vida pessoal e principalmente familiar... Confesso, fiquei possuída, mesmo sabendo que assim como Julie, muitas pessoas viviam este descaso, mas ela agora fazia parte da minha vida e eu precisava fazer qualquer coisa que fosse para mostrar a ela que não importa o quanto teve uma mãe super ausente, que acreditava que soltar muita grana, carro, moto, seria o suficiente para construir um adulto consciente, um pai agressor e ausente que talvez ao invés de conquistar o respeito acabou fazendo com que ela abominasse os homens em geral... Pelo contrário, grana, falta de apoio em casa, causa danos muitas vezes irreversíveis!!! Drogas, mau caminho...

Ela nunca soube o que é ter  uma "mãe" de verdade, aquela que mesmo timidamente sabe demonstrar amor, cuidar... Nem mesmo um pai presente, que conversasse sobre os perigos do mundo com carinho... Teve sim, tio e avós que supriram tudo isto, e por aí é que me dou conta de onde vem a sensibilidade e o senso de verdade que ela tem. Apesar de muitas vezes entrar em uma confusão mental que não a deixa assumir nem mesmo quem é!

Pois bem, eis que me chega Julie, um passarinho de asas quebradas, precisando muito de mim e me mostrando que nada daquilo que eu não tive de liberdade, apenas não me deram um tipo de visão de vida, mas me fizeram uma filha amada, com regras, e isto fez quem sou hoje, apesar de transgredir algumas, mas agora sou adulta, sei o que faço e quais as suas consequências, assumo todas com a tranquilidade de que não estou magoando ninguém...

Apesar de minhas tristezas muitas vezes o que é normal no ser humano, sei que tenho por minha família um amor verdadeiro e nunca uma obrigação... 

Mesmo adulta recebo deles sempre o apoio necessário e eles é que são a minha base e não eu a deles.

Julie já teve uma vida... Sim, pois já assumiu verdadeiramente quem "é" há algum tempo atrás, viveu de forma inconstante, intransigente para as ditas regras sociais, mas feliz pois assumia seu "ser"... Não tinha base familiar nenhuma, ainda não tem... Mas assumia plenamente suas vontades e seus amores, pois acreditava neles... Coisa que hoje já não consegue mais, o que a torna a cada dia mais depressiva... Mal sabe ela que a felicidade plena só chega mesmo quando assumimos o que e quem somos, nossa forma de amar, mesmo que peculiar e nem sempre aceita por aqueles que ainda não descobriram que amor não tem regras... Quando nos dedicamos a nós mesmos, sem prejudicar os outros,e também sem deixar ser manipulados pela culpa de não sentir amor pelos que na verdade a sociedade decidiu que deveríamos, e estes mesmos sentem um pseudo amor que jamais será verdadeiro, fará com que pessoas como Julie sofram, tentem das mais variadas maneiras suprir o amor que pensam ser obrigação ter por aqueles que os trouxeram ao mundo apenas e supriram enquanto puderam, o material.

E este tipo de coisa Julie conseguiu me ensinar... Não me culpar por não receber amor de pessoas que deveria receber, ou talvez imaginasse que sim, pois fomos criados para receber e dar amor a certas pessoas mesmo que no fundo sejam estranhos para nós... Pena que Julie soube me ensinar, mas não conseguiu desfazer seus próprios nós quanto a isto, gerando, mesmo que ela não se dê conta uma depressão, um pseudo amor  e acomodação... Julie precisava tomar consciência de si própria, tomar as rédeas da sua vida e não mais depender do empurrão de quem quer que seja.

Assim como Julie temos muitos e muitos adolescentes e adultos... Sem base, sem amor, sem família de verdade, todos sucumbindo em uma parte da vida assim como Julie que não consegue viver plenamente nem mesmo suas relações pessoais.

Infelizmente eu acho que cheguei após tantas vírgulas ao ponto final desta minha simbiose com Julie... Não a reconheço mais... Ela voltou a ser triste, desmotivada e sózinha e mesmo que eu seja uma companheira incansável, muitas vezes sinto uma solidão acompanhada, pois ela já nem consegue falar mais, está sucumbindo de maneira rápida demais e eu não estou conseguindo ter ânimo para ajudá-la a levantar, preciso voltar a tomar as rédeas da minha vida... Nós só podemos tentar ajudar as pessoas, não viver a vida por elas....

sábado, 8 de outubro de 2011

Qualquer semelhança é mera coincidência...

Falando um pouco sobre relacionamentos... Relacionamentos entre namorados(as),amantes, casais... Não que eu entenda muito sobre o assunto, na verdade não sou mesmo uma expert, pois além de ser bipolar, sou um tanto anti social, mais um pouquinho individualista, mando no meu nariz e pronto... Vivo a minha vida de forma que eu consiga sentir-me plena e liberta, tanto de correntes sociais, como aquelas que certos relacionamentos impõem, então por isto mesmo vou escrever algo mais abrangente e não pessoal, coisas que percebo no dia a dia das minhas convivências, apesar de ser algo um pouco superficial, vou tentar aprofundar mais, com aquilo que um dia talvez de alguma forma tenha convivido, mas com certeza, qualquer semelhança é mera coincidência.

Duas pessoas se encontram, se conhecem, começam a conversar e acabam por se reconhecer... Nos primeiros dias, não conseguem nem dormir sem pensar antes na outra, a ansiedade toma conta, a alegria se faz presente de uma maneira tão iluminada que todas as pessoas que convivem podem perceber, e elas realmente não fazem questão nenhuma de esconder o que estão vivendo, esta alegria, euforia... Algo novo, maravilhoso.... Derepente vem uma troca de olhares mais intimos, quem sabe é aí que o primeiro beijo chega para aqueles menos tímidos... Para os introvertidos, este olhar dura mais tempo... Vai amadurecendo até que então sem se darem conta o beijo acontece... Nossa!! Que explosão de alegria e êxtase!! 

Os dias seguem e esta dupla então começa a relacionar-se... Namoro? Pode ser.. Mas hoje muitas vezes para pessoas adultas, esta fase é cortada do "cardápio", e quem sabe esteja aí o erro, e então o namoro passa ao dito casamento informal em poucos dias... E a relação vai ficando cada vez melhor, a cumplicidade é total, parece que nunca existiram antes de ter encontrado este amor. Vem as juras, as letras de música que farão parte para sempre desta união... Se um sai para a facul o outro parece que vai morrer de saudade... Quando o outro vai para o trabalho é a vez de quem fica sentir-se como morto... Parece que estou querendo fazer isto parecer ruim? Não, pelo contrário, eu acho show esta cumplicidade!!

Mas os meses vão passando e a rotina vai se instalando, pois parece que as pessoas não sabem que o amor é como uma plantinha que precisa de cuidados e alimento diários... Assim, a cumplicidade se vai... Os dois estão lá, juntos... Com certeza se gostam... Se defendem, se ajudam mútuamente, mas cadê a intimidade? O carinho? Aquele beijinho meigo de bom dia... Boa noite... Quando um sai ou chega em casa? Se foi junto com a rotina... Que triste!!!

Daí estes dois que pareciam perfeitos no amor, caíram como muitos outros na armadilha da rotina... 

Até que um dia, um deles acorda e se dá conta que não quer passar a vida assim... Que quer mais, que quer vida, que quer o coração vibrando de verdade em um momento íntimo e único... Que sente a necessidade de carinho verdadeiro, de aconchego... E o pior é que muitas vezes não tem coragem de se abrir, ou se tem o outro discorda, pensa que para ele está bom, pois pode ser um acomodado... E as traições acontecem e quando não acontecem dão seu lugar às depressões, e a total mutilação do ser.

Relação a dois é a maior responsabilidade do ser humano... Ninguém tem o direito de se manter ou manter o outro infeliz!!!

Pensem nisto!!!!