Shakespeare há seu tempo falava poéticamente na sútil diferença entre amar e acorrentar um alma... Até hoje esta poesia é reescrita e transcrita por tantas pessoas por a acharem bela, mas duvivo que alguma destas pessoas tenham parado para pensar no verdadeiro sentido da poesia, pois ela é bem profunda e acontece todo dia na vida de nós pobres mortais.
Uma alma se acorrenta de vários modos... Modos sutis, modos violentos, manipuladores, mas sempe, veja bem, sempre com crueldade, mesmo que não aparente, mas só o fato de estar acorrentando, aprisionando alguém, já é um mutilar que causa feridas tão grandes em um alma que jamais será sanada...
Alguns devem pensar... Do que esta vivente entende para estar escrevendo sobre algo que já foi dito e lindamente em outra época denegrindo com requintes de crueldade uma poesia? Então, aqui neste espaço a vivente escreve as cores das suas vivências e nelas podem ter certeza, existem acorrentamentos de alma que causaram danos irreversíveis... E olha só, sei que críticas vão surgir, afinal, alguém mostrar a cara e vir em um blog falar abertamente daquilo que já passou, das cores que já viveu, eu bem sei, não é para qualquer um mesmo!! Não que eu seja diferente, mas sou irreverente, sou humana e tenho cara para mostrar e não máscaras como muitas pessoas que se escondem para que a sociedade os veja de uma forma mais séria e comportada... Me perdoem... Fo....-se esta sociedade podre onde quem realmente rouba, estorque, mutila, rotula acha que está certa... A inversão dos valores é mais importante do que alguém vir aqui e mostrar para as pessoas com palavras simples e de fácil entendimento aquilo que foi dito por um poeta magnifíco, repassado adiante sem nem mesmo analisar o que está lendo e repassando, só achando bonitas as palavras....
Volto eu então para as minhas correntes.... Digo minhas, pois estive presa por vários anos... Posso até visualizar mentalmente as marcas das algemas que por anos me prenderam. Posso chorar (assim como faço agora) ao lembrar das dores e mutilações de alma que passei... Mas um dia deixando para trás muito daquilo que hoje me culpo, soltei as amarras e fui viver a vida a minha maneira... Para alguns não a mais certa para mim,aquilo era vida... liberdade... fazer o que quisesse e assumir depois!! Isto é muito importante, assumir nossos atos sejam eles quais forem e isto eu aprendí!!
Parece que passa o tempo e a gente esquece deste acorrentar de alma e acaba se deixando mais uma vez se acorrentar... E assim por vários motivos... Mas nenhum deles por amor...
Sabe que em momentos eu penso que a gente se deixa acorrentar por pena da outra pessoa, que parece que depende de ti para estar bem, que depende da tua ajuda, do teu suporte... E mais uma vez tu te vê alí acorrentada, segurando nas tuas mãos aquilo que não te pertence para não permitir que o outro sofra... Só que quando resolves te olhar no espelho, não é mais tu que encontras...São pedaços recortados e recosturados de maneira desregrada, sangrando, sofrendo...
Vale a pena? Vale a pena, mesmo que se sinta amor deixar-se acorrentar para não ver outra pessoa sucumbir? Sim, pois quando olhas para trás e vês aquele ser sem vida, que te chega como que precisando da tua docilidade, do teu carinho, do teu amor e dedicação para que venha ser alguém, e então te apaixonas por aquela pessoinha tão fragilizada, tal quanto um bebê que acaba de nascer e tu resolve então cuidar, amar e pensas que a felicidade sempre reinará...
O tempo passa... O outro realmente consegue crescer, atinge a meta que queria, mas e tu vivente? E tu como ficas? Um trapo usado e remendado que nem mais se reconhece? Manipulado, sózinho, deprimido...
Não te deixes cair em tentação... Quando encontrares um passarinho caído do ninho... Não o leve para casa... Coloque-o de volta lá, que com certeza ele vai saber viver sem ti e vais te poupar muito sofrimento.
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