quinta-feira, 7 de abril de 2011

Internalizando...

Me internalizei tanto nestes últimos dias  que a impressão que tenho é que estou novamente no útero da minha mãe... De lá não vejo nada do mundo aqui fora, não posso ser atingida diretamente por palavras que de outra forma poderiam me ferir... Lá estou sendo gestada com amor e esperada com ansiedade... Aquele lugarzinho tão seguro e aconchegante mas que ao mesmo tempo é o local da preparação de um novo Ser, que tem suas dúvidas e preocupações de como será aqui fora...


É bem assim que eu estou há vários dias... Escondida, com medo do mundo aqui fora... Não querendo sair daquela comodidade, pretendendo ficar por lá e ao mesmo tempo sabendo que a vida aqui fora me chama, grita, urra por mim, mas eu não consigo, estou paralisada, como se não tivesse totalmente formada e não me fosse possível tomar qualquer atitude.


Sei lá, mas as atitudes alheias, a hipocrisia e a falsidade das pessoas me deixam mal, me envergonham... Sei que eu não sou uma só... Afinal sou bipolar e este nunca é um só... Mas mesmo assim, sou transparente, assumo o que penso e não me escondo quando dou uma opinião, quando mostro meu modo de pensar... Se não gosto de algo, as pessoas irão saber e se gosto também... Sem essa de na frente ser um e pelas costas outro... Isto me indigna e me maltrata o coração. Preciso conviver e até consigo, mas tem dias que estas coisas me abalam e lá vou eu surtando denovo...
 
Interessante, eu me conheço e me reconheço muito bem... Eu sei quando o surto tá por vir e aprendi a me defender dele, mas desta vez apesar de eu estar sentindo a proximidade, fui incapaz de voltar atrás... Quando entro em surto, entro para uma concha imaginária e não me mexo... Paralisa tudo... Não consigo conversar com quer que seja, atender ao telefone se torna uma tarefa impossível, atender a porta também... Não consigo atender ninguém... Minha mente se desordena de tal maneira que tudo é encarado como "ameaça" ao meu mundinho interior e seguro...

 
Há um tempo atrás era comum eu me desligar de tudo e me colocar em uma concha para lamber minhas feridas e quando me sentia forte e recuperada saía dela e ía de encontro à vida! Mas até este tipo de atitude havia se tornado obsoleta, 
já não mais me escondia do mundo, tinha forças para viver sem me esconder, sem a necessidade desta auto proteção, estava acreditando que este tipo de coisa não me ocorreria mais, que o passado estava realmente guardado lá no lugar que lhe é próprio, mas os fantasmas dele voltaram  a me assombrar  e me machucaram tão profundamente que será necessário este tempo de gestação para que eu possa mais uma vez atingir a força e o equilíbrio necessário para nascer outra vez!!!
 
Estou sendo gestada... Só espero que não leve nove meses esta gestação tardia...

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