Nunca fui dada a conversas pelo msn... Há um tempo atrás zuava um monte em salas de bate papo e lá conhecí muita gente que por incrível que pareça, já conhecia...rs... Sim, entrávamos em uma sala de Pelotas, uma baita galera e fazíamos de tudo, nos oferecíamos músicas, fazíamos bailinho, saíram dalí vários namoros... Alguns duraram muiiitos anos...

Este era um tempo de internet saudável, sem pedofilia e sem maldades, tanto que quando nos dávamos conta, brincávamos com vizinhos que até então nem tínhamos idéia pois usávamos nicks para nos esconder... Coisa de gente inocente, que na verdade éramos.

Marcamos encontros saudáveis, nos conhecemos pessoalmente e alguns de nós não perdemos contato até hoje e isto vai para uns dez anos...

Mas tipo msn mesmo, conversar com uma pessoa só não era prá mim não... Gostava mesmo da zueira, das risadas reais...

Um tempo atrás me peguei usando msn... Me surpreendí e surpreendí muita gente quando me via on line, pois isto era uma coisa muito rara mesmo... Mas descobrí que era bom sim conversar com uma pessoa só quando esta era agradável, tinha conteúdo, me fazia rir e chorar, ou seja conseguia ativar meus sentimentos mesmo por uma tela de computador. Não usávamos web cam, mas mesmo assim eu conseguia "enxergá-la" do outro lado, tamanha a afinidade e desta vez não eram as zueiras passadas, era papo cabeça mesmo.

O tempo passou, começamos a conviver diretamente e o encanto msn passou... É incrível como o encantamento pode passar se não o alimentarmos dia a dia não é mesmo? Lamentável mesmo é que só se dê conta disto, quando muitas vezes não há mais volta, a cumplicidade se foi, se perdeu, fugiu...

Ontem a noite, por um descuido meu msn estava aberto... Ouví o chamado de um amigo... Um amigo das antigas, das salas de bate papo de Pelotas, que se tornou real para mim e convivemos cumplicemente por muito tempo... Mas também fazia uma longa data que a gente não conversava, quando por um acaso do acaso nos encontrávamos no msn era apenas um 'oi', um 'tchau'... Só que ontem pelo jeito, nós dois estávamos sentindo um vazio muito grande no peito e a nossa cumplicidade voltou a tona... Conversamos como naqueles velhos tempos, lembramos de nossas indiadas e reacendemos assim uma amizade verdadeira que nem mesmo o tempo, a distância ou a vida há de apagar.